quinta-feira, 13 de março de 2008

Suplício da paixão

Trama o turbilhão
Turvando a visão
Feito suplício.
Tão remoto fique
Acesso no repique
Velada sem artifício.
Trama o drama
Na cama ou no chão
Geme e reclama
No leme da ilusão
Feito obcessão...
Tudo ou nada
Na calçada da rua
Seu disfarce sua
De tão nua e tão ousada.
Trama o turbilhão
Trava e vira algazarra
Quando esbarra no coração.
Essa paixão inunda
Sufoca,traga,afunda
Naufraga e se rasga
Em vão...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Lassos

Passos lassos
Em descompassos
Vão sem a abraços
De sonho amável.
Nesse tempo, contratempo
Sem esforços dessa sede
Insacáavel
Corre,sai dessa cama.
E vem pro meu
Corpo em chama.
E vem pro meu corpo em chama
Vem ver vontade insana.
vem e corre logo,
Que o coração reclama.
Vem e corre logo
Sangrando, sangrando
De carência.
Passos lassos
Em descompasos
Incoerência ou inconsciência
E o tempo querendo fechar...
( Chico berg,do livro:"Poemas para amanhecer")

Pelas margens

Vagueio pela cidade
Às vezes de ônibus ou a pé.
Atravesso claridade
Às vezes oculto ou na fé...
Sem destino,sem atino
Sem escolha de caminho.
Sou um velho-menino
Vivendo o desalinho.
Vagueio feito vulto
Num chorar sem fim.
É que o mundo tem indulto
Só pra mim...
E a vida às vezes torta
Grunhindo na multidão
Às vezes estreita e morta
Sem estender as mãos pra mim...
( Chico berg,do livro: "Poemas na contramão"/2006)