quinta-feira, 22 de maio de 2008

Do que resta a floresta?

São mais de cinco sóis a secarem os sertões
Vertidos de anões das lágrimas sem foz
Roubando-nos da vida
Compactuada, fratricida
E renhida nos anzóis.
São cinco os trincos, das razões de zinco
Abrindo em trilhos, moldando-nos os filhos
Aos olhos dos Caapós.
E no rito e conflito, dormitam no infinito
Sem se soltarem dos cós.
São cinco o destino, postergado de sol a pino
Dos Cariris e Pataxós.
Deitados no desatino no atino dos torós
São cinco vertentes nas barragens do Orós.
A trincarem os dentes,repelidos,renitentes
Durante, antes e após.
A deterem afluentes ,sem responso dos repentes
Sem lenço e sem lençois
(Chico berg do livro:"Diálogo do vento"/2003)

Nenhum comentário: