Esse ano comecei sangrando
Pesadelo de um ano novo
Desmantelo do povo
No desando.
Sob medo cotidiano
Medo real, medo urbano
Medo rural, medo mano
Medo marginal, engano.
Fere a flor
Entre carne desandou
Ceceado, censurado
Nos braços, nas mãos
Do andor.
Itinerário no calendário
Esse sopro, perdão, estuário
Feriado, amontoado no chão
No suor, nas lágrimas
Por certo sangrarão...
( Do livro:" Poema na contramão"/2006)
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