terça-feira, 4 de setembro de 2007

MARIA FUMAÇA

Maria fumaça
Passa,passa
E quando passa
Deixa fumaça
No ar!...
Cigarro aceso
Vive preso na boca
Como o trem de lenha
Se desdenha translouca
No apito
E vomita quando grita
Mais lenha, mais lenha!
Maria fubica
Nos olhos de quem fica
A saudade nem se explica
Nas folhas, nas escolhas sem par.
Não se justifica
E a fumaça passa
Desenhando desgraça, implica
Pichando de escuro
No muro da cidade
E o rosto dos campos
Na morte dos pirilampos
Roubando da paisagem
A graça
De quem complica a viagem.
Maria fumaça
Feito virgem do fuligem
Nem retifica.
Faz que passa e passa
E não passa e não passa!...
( Do livro: "Doido canto douto"/2001)

Nenhum comentário: