sexta-feira, 7 de setembro de 2007

MIRANTE DA NOITE

Mija na noite a lua
Enquanto na rua estrelas despem
A madrugada num coito astral.
Olhos felinos inda famintos
À desatinos
Mastubam-se na canção de ninar.
Na fiesta da noite
Olhos de berro imaturo
Atordoam-se no afoite
No obscuro da alma
E o pavor de escuro
Estanca no muro a calma.
Discute-se "sexo é sexo, amor é amor"
Enquanto se decreta amar sem verbo.
As luzes não se acendem
Não miramos o fatal.
"AIDS" toma conta dos corpos
Que se divertem com o "normal".
A lua indiscreta
Ejacula concreta
Arebol.
Dos olhos do povo
Abortam o sol.
(Do livro: "Marginália viva"/1985)

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