segunda-feira, 17 de setembro de 2007

SEM DESTINO

A grande máquina
Com a boca arreganhada
Tem a sanha e a gula
E exige a paga
E nos estrangula
Com juro e correção
Monetária
Se dizendo solidária
É tudo que quer
Da nossa saga...
A gande máquina
Com sua sanha
Nos abocanha
Acenando nos muros
E lodo.
De futuro difuso
Impessoais
Anônimos e frios
Tornamos parafuso
Perdemos nos invios
A noção do todo.
De quem nos usa
De quem nos controla
De quem nos manda e abusa
De quem nos elimina e esmola
E para quê.
Um prometido obscuro
E confuso.
Somos peças.
Breve estaremos
Em desuso...
( Do livro: "Mundos e poemas imundos"/1991)

Nenhum comentário: