segunda-feira, 17 de setembro de 2007

POR DENTRO

Ninguém sabe da ânsia
Que se esconde
Entre trêmulas pernas.
Se ninguém percebe do laço
No abraço da mão
Que aperréia.
Ninguém calcula
Nem mesmo regula
Sonho que se hiberna.
Se ninguém toca no fogo
No jogo que já se incendéia.
Ninguém vê o murmúrio
Correndo nas véias
Nem o pranto
Que anda de taberna em taberna
Se do canto que se externa
Quem se atreve
Num desencanto tão breve
Fugir dessa téia?
(Do livro:"Mundos e poemas imundos"/1991)

Nenhum comentário: