segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O DESJUNGIR

Se a água marejasse
Nos olhos dos remos
No sonho vagasse
Ferrolhos que temos...
Nem pensei acabasse
Sob inviés nos pés
Debruço virasse
Lavando a alma
Molhasse a calma
De silêncio e trauma
Envoltas marés.
A dor do tempo.
Utopia,
Reduz-se a pó.
Desvela-se lume
Desvanecendo só.
A mordaça do gume
Lugente ciume
A desdizer-se a dó.
Se a água marejasse
Dita ou desdita
Não evita no impasse
Desdar-se do nó.
( Do livro: " Poemas na contramão"/2006)

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