sexta-feira, 17 de agosto de 2007

A BOMBA

Eu tenho muito medo da bomba.
Não a bomba que assola paises em guerra
Ou, a que intimida a paz colocando pavor na terra...
Mas a bomba extremamente silenciosa
E mais perversa ainda: aquela sorrateira
Trapaceira que faz a justiça tendenciosa.
Não a bomba atirada em Hiroshima, Nagasaki
Ou no Vietnã ou no Iraque
Nem aquela em Atlanta detonada
Ou mesmo a explodida no Rio-center.
Não, nem aquela no envelope enviada!
Eu tenho medo da bomba que só atinge inocente
E fere a dignidade e impunemente campeia na cidade.
A bomba que mata de fome e horror no Nordeste.
Não a que provoca peste ou a falta de safra.
A mesma que massacra na Biafra e obriga a pedir esmola
Aquela que afasta criança da escola e a leva a inanição.
A bomba da indiferença, da omissão.
Aquela que cala, engana e nada sacode.
A bomba que está em nós mesmo
E não explode!...

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