sexta-feira, 17 de agosto de 2007

ESPAÇO

Sou uma cidade sem tempo presente
Sem passado ou futuro
Sem viaduto, ponte ou muro
Sem labareda ou escuro.
Constantemente assevera e penso
E às horas ameaço.
Dentro de mim reside o imenso
Onde me dispo e me cubro
Insistentemente descubro meu espaço.
Não tenho arranha-céu nem casa de taipa
Não existe latifundio nem favela
Possui para o exterior larga janela.
Há uma usina de pérolas no chão da vida
Limpa do medo ou ódio.
Lapidá-la é tão necessário quanto vivê-la.
Pare! - Diz o mundo. Eu digo: - Sonhe!
E a vida não há como detê-la...
Não sou uma neblina, levemente uma esquina.
Um beco de uma viela que se alarga de lágrimas
Pelas lástimas inunda favela.
E as palavras se despem sem censura
Andam nuas conversam com a lua e criam ruas...

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