Abocanhados perecemos
Engolidos pelas enchentes.
Somos tantos
E para os olhos de muitos
Displiscentes.
Sonhamos
No real sobrevivemos.
Obscenos que somos
Ameaçamos as vistas
Dos turistas
E corremos na lama
Com os farrapos e migalhas
Que nos atiram.
Somos da outra margem
Envergonhamos a nação
Com nossas casas de palhas
E taperas.
Somos manchas ideléveis
Grotescas de favelas
Que se agigantam
Viemos da secular injustiça
Produto da mais valia.
E nossos gritos ressoam
Feitos facas e navalhas...
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