terça-feira, 21 de agosto de 2007

DAMA DA CALÇADA

Pai,essa rua eu nunca quis.
Esse lar eu não o fiz...
E sobre mim pesa tamanho fardo
Vender o corpo para nutrir os filhos
E me ardo na dureza desses trilhos.
Ser a "dama da calçada" no enfrento
Ao rufianismo: "mulher de vida fácil!"
Não,não me deixa otimismo
Nessa rua tão difícil...
Os olhos me julgam mas não me intimidam.
Os meus os revidam e escravos ao corpo os tenho.
Mantenho sóbrio a consciência
A ciência da paz jamais falta.
A luta é longa e inglória
É preciso nessa palmatória
Para saciar a "a besta" fazer-se peralta.
Entre solidão e confinamento
Não tenho momento nem para exaustão.
Pai, ser mãe no esgotamento
É despir-se da própria alma
Rasgando o constrangimento
No riso "coisificado " da calma...

Nenhum comentário: