quinta-feira, 23 de agosto de 2007

GRANIZO

Os olhos do céu
Doces iguais ao mel
Rasgando esse véu
Mostra como fosse seu papel.
Momento diviso
Queda de granizo
Choro e riso
Essa fé que reviso
Contra-fé em juizo.
E os ventos aos olhos
Uivando tormentos
Rebentos e abrolhos
Levando aos ferrolhos
Sibilinos avisos.
Aos tempos atentos
Chuvas de granizo
Nos recolhem em abrolhos
Retentos sem escolhos
Sombrio juizo.
Os olhos no frio
Sonhos em desvario
Fel em granel.
Coração tão largo
Amargo tão fel
À léu e sem riso.
Os olhos do céu
Rasgando esse véu
Feroz e infiel
Impuro e conciso...

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