quarta-feira, 29 de agosto de 2007

GUARDIÃO

Não quero calma
E sim o irritável
O anormal, o inquieto
O que doa e dói.
Não busco o imutável
E sim o que rompe, mói
Quebra, arrebenta, explode
E transforma.
Torto
Como o canto louco
Obsceno
Como a geometria do tempo
Morto
Que só deforma.
De caminhos a desalinhos
Disperso, de sólidas faces
Gravoso.
Sórdido, mórbido
Como queiram chamar, afora
No entanto, vivo
Atordoante, ativo
Angustiado, esperançoso.
Quero garras agredindo
Unhas afiadas, dentes rasgando
E guerra nessa paz.
O "sub" do subexistindo
Bem longe, indo.
Um invertido amor quebrando
Uma sub-ordem que quebra a ordem
O alvoroço.
A subversão enfim, a morte desse fosso.
A alternativa única viável, a desordem
O sustentáculo dos que sonham amanhecer.
A paz que suplanta, o grito na garganta
A vida desafiando inteiras noites a fio
E não a paz de calamidade tanta.

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